quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ambar


No copo a cor do whisky
âmbar,
grita o vazio do silencio
do bar;
no desgosto bebo o gosto
amargo,
da bebida que me bebe
aos tragos;
no rosto da mulher da mesa
ao lado,
traço traços de outro rosto
passado;
o riso da outra mesa
feliz,
do sorriso de outros tempos
me diz;
na luz que pouco alumia
tristeza,
do imaginário te vejo
na mesa;
na dor da dor que corrói
a alma,
a saudade me destrói
a calma;
na vida triste e sem vida
da rua,
eu vivo a minha vazia
da sua

Triste whisky em tom âmbar,
triste forma de amar
triste vida
consumida em bar
tão triste
em triste tom
tão âmbar quanto a bebida!



JJ Braga Neto

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